Haveria uma relação caótica ou uma lei no caos[1] que nos permita compreender a lógica da economia política e suas crises internacionais relativas ao El Niño ou La Niña, mas também às técnicas hidrelétricas com o capital produtivo e/ou especulativo na seguinte ordem ‘bianual’: 1999-2000 empresas virtuais [dot.com] e a de 2008-2009 colapso do Lehman Brothers por causa de perdas de títulos ligados ao mercado de hipotecas. Nos períodos de El Niño aumenta a temperatura da atmosfera, se não fosse por períodos produtivos que tende a aumentar também a temperatura da ilha de calor (dos fluxos de Radiações de Ondas Longas) e ao mesmo tempo aumenta a evaporação das imediações, cercadas por barragens e hidrelétricas. Necessariamente, prevêem-se os mais intensos fenômenos climáticos, como os verificados em 2009 em São Paulo entre a primavera e o verão, acompanhados pelos períodos de crise das hipotecas nos Estados Unidos entre 2008-2009, certamente fechando os orçamentos e endividamentos com o capital financeiro e encerramento do processo produtivo das megacidades ou cidades globais.
Articular os fenômenos naturais como o El Niño e as intervenções antrópicas, produção de eletricidade fundamental para o capitalismo global (financeiro e informacional) não nos permite absolutamente prever catástrofes e transições nas relações do capitalismo financeiro e produtivo, entretanto repensar essa probabilidade, acaso reconhecermos o período de estiagem em 2010-2011, nas faixas tropicais do Brasil, em sua maior ilha de calor, que houve precipitações bem menos intensas na corrida produtiva e no afã de recuperar crédito entre os bancos mundiais. Na última década, primeira de 2000, percebe-se três aspectos correspondentes: [1] o El Niño entre 2 a 7 anos, tendo 1997-1998 como o evento mais intenso do século passado[2]; [2] o colapso das empresas virtuais entre 1999-2000; [3] as enchentes marcantes que ocorrem na megalópole ou ilha de calor entre Rio de Janeiro e São Paulo, que necessariamente produzem bem e serviços pautados na infra-estrutura informacional (fluxos de radiações de ondas longas, microondas, radio e TV), orquestradas por dívidas públicas e financiadas por grandes bancos mundiais, precisam diminuir o fluxo de capital fictício que se reorganiza por grandes crises financeiras nos centros mundiais, como por exemplo, a última grande crise das hipotecas de 2009-2010. Mais do que balancear emissões de poluentes é preciso reconhecer talvez a coincidência entre os períodos de transição de governo tanto no Brasil e nos EUA, baseados nas relações político-econômicas.
O vapor d’água é o principal gás do Efeito Estufa que retém a radiação de ondas longas, aumentando as possibilidades dos temporais. O efeito estufa é responsável por um aumento da temperatura da superfície, assim como ilha de calor faz com que as temperaturas do ar nos grandes centros urbanos tornam-se maiores comparados às de seus arredores, com calor liberado pelos veículos e as suas emissões de dióxido de carbono. Pensar a ilha de calor não só superaquecida por causa dos GEE (gases de efeito estufa), mas considerar a relevância térmica da energia elétrica produzindo radiações de ondas longas e da H2O retendo o calor na superfície e produzindo, precipitações cada vez mais intensas, na medida em que o capital produtivo intercambia com o financeiro nos períodos eleitorais coincidentes com os fenômenos do El Niño. Não se questiona o caráter limpo da energia elétrica, mas por ser renovável depende do ciclo da água, portanto, que pode proceder por precipitações muito catastróficas em períodos mais quentes e por resfriamento da superfície em períodos de retenção da água do solo, cuja radiação solar não é suficiente para sua evaporação e término do ciclo. Não é dispendioso demarcar a coexistência do El Niño (menino Jesus) com o caráter intervencionista do homem na natureza[3].
No verão há uma ilha de calor que se estabelece através do encontro de massas de ar, o avanço da massa equatorial continental e o recuo da massa tropical atlântica, nas regiões próximas ao trópico de capricórnio (23° 30’): aumento do calor produzido pelo capital produtivo (antrópico) e pelos períodos do El niño que o intensificam. Nesta região tropical, São Paulo e Rio de Janeiro, onde uma área natural de alta pressão (anticiclonal) torna-se influenciada por uma de baixa pressão (ciclonal): a célula de Hadley e a circulação dos ventos alísios, entre o Equador e os trópicos; ocorre uma convecção natural – uma borboleta batendo asas na Amazônia pode causar um tornado no Texas? No litoral brasileiro, no entanto, há uma área de baixa pressão (ilha de calor metropolitana) continental mais intensa ao dia e, se não anular, pelo menos intensifica a baixa pressão no período noturno, que seria de alta pressão. Seria forçoso identificar uma predominância ou permanência de uma área de baixa pressão no continente nas regiões metropolitanas como São Paulo e Rio de Janeiro? Se essa ilha de baixa pressão não se estender ao oceano pelos complexos industriais, por exemplo, petroquímicos, durante o dia a alta pressão e a noite baixa pressão. Criam-se células convectivas durante o dia neste caso? No caso destas áreas de baixa pressão estendem ao oceano, tanto a noite quanto ao dia – de acordo com a célula das brisas marinhas – furacões como o ‘Arani’, como foi verificado no dia 15 de março de 2011, permaneceriam para além destes complexos petroquímicos em zonas de alta pressão.
[1] Na perspectiva clássica, uma lei da natureza estava associada a uma descrição determinista e reversível no tempo, em que o passado e o futuro desempenham o mesmo papel. Ilya Prigogine em “As Leis do Caos”, no caso da perspectiva caótica, obriga-nos a generaizar a noção de lei da natureza e nela introduzir os conceitos de probabilidade e de irreversibilidade.
[2] O aquecimento entre 1997-1998, além do efeito da urbanização (‘ilha de calor’) pode estar relacionado com a fase quente de ODP (Oscilação Decadal do Pacífico), por exemplo, alterações na freqüência de ocorrência de eventos El Niño-Oscilação Sul (ENOS) – influência dos oceanos na variabilidade climática de curto prazo. El Niño (1997-98) produziu anomalia de temperatura do ar global de cerca de 0,8°C, enquanto o La Niña (1984-85), um resfriamento de -0,5°; o resfriamento do clima global (1947-1976) em que o Pacífico tropical apresentou anomalias negativas. Cf.: José Eli da Veiga em “Aquecimento Global: Frias Contendas”.
[3] O El niño e La niña, aquecimento e resfriamento das águas superficiais do Pacífico equatorial, ‘cuja origem ainda hoje é controversa. Sucederam-se vinte anos, até que se percebeu tratar-se de um fenômeno natural e cíclico. Ou seja, sempre existiu, nós é que o desconhecíamos”. As enchentes e inundações secas e estiagens, qualquer variação (anomalia) no regime de chuvas era associado ao regime. Cf.: João Lima Sant’Anna Neto em “O Brasil, a América Latina e o Mundo”.
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